sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ARMA USADA POR ALUNO NÃO É DA GUARDA MUNICIPAL

O revólver 38 utilizado por um aluno de 10 anos para atirar nesta quarta-feira em uma professora e se matar na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, tem porte legal, mas é particular, e não de propriedade da Guarda Civil Municipal São Caetano do Sul (SP), como chegou a ser aventado em função de o menino ser filho de um GM. A informação é do secretário de Segurança do município, Moacyr Rodrigues. Segundo Rodrigues, o pai da criança trabalha na GCM há 14 anos e tem "conduta impecável". 

Amigo do irmão do menino, Gustavo Luiz Brasileiro, 15 anos, aluno do nível 9ºD do Ensino Fundamental, afirma que o garoto era "bonito, um menino normal, mas só o via quando ele chegava com o irmão". Às 15h55, quando voltava do intervalo e aguardava a professora no corredor, Gustavo ouviu o primeiro disparo e achou que fosse uma bomba. Ao som do segundo tiro, diversos alunos correram para o local. O estudante diz que, ao ver o corpo ensanguentado do menino de 10 anos, saiu correndo. "Passou um monte de coisa pela cabeça. Tem gente criticando a escola, mas estudo aqui desde o 3º ano e nunca teve problema nenhum. Só acho que aqui tem pouca segurança. É só colocar o uniforme que você entra."

A polícia não soube informar como a criança conseguiu entrar na escola com o revólver. De acordo com a Polícia Militar, o estudante discutia dentro da sala de aula com a professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, quando, por volta das 15h50, disparou contra a docente, que foi atingida na altura do quadril diante de 25 crianças.

Em seguida, segundo o relato de testemunhas, o menino se retirou da sala de aula e disparou contra a própria cabeça. Ambos foram socorridos com vida. O aluno foi atendido no Hospital de Emergência Albert Sabin, na avenida Keneddy, em São Caetano do Sul, e teve duas paradas cardíacas, sendo declarado morto às 16h50. A professora foi levada pelo helicóptero Águia ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, e seu estado de saúde é considerado estável, sem risco de morrer.

A delegada Lucy Fernandes, do 3º DP de São Caetano, afirmou ao Terra que a investigação do caso estará centrada em "uma eventual omissão do pai ao guardar a arma e na possibilidade de alguém ter induzido a criança (a cometer o crime)". De acordo com Fernandes, o caso é delicado na medida em que o menino não pode nem mesmo ser considerado um adolescente infrator, por ter menos de 12 anos. Nenhuma testemunha havia sido ouvida até as 20h desta quinta-feira.

Às 20h33, a prefeitura informou que a professora, com a bala alojada entre o reto e o útero, seguia internada no Hospital de Clínicas, onde aguardava cirurgia. Ela é professora da rede municipal desde fevereiro de 2005. Na mesma nota, a prefeitura confirmou que o corpo do menino havia sido liberado após perícia no Hospital Albert Sabin, tendo seguido para o Instituto Médico-Legal (IML) do município.
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